"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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Meu Diário
25/07/2015 19h01
LÍLIA PINTO DE ORNELLAS, UMA PERDA IMENSURÁVEL

    Na última sexta-feira, dia 17 de julho, faleceu a professora aposentada da Ufrgs e escritora Lília Pinto de Ornellas, filha de Lucy Pinto de Ornellas e do escritor itaquiense Manoelito de Ornellas. Fui comunicado de sua passagem para outra dimensão pela amiga e professora Maria Alice Braga, especialista na obra do escritor.
    Procurei a querida Lília quando estava cursando uma pós-graduação em História do Rio Grande do Sul e queria fazer um trabalho sobre a obra de Manoelito de Ornellas. Até então, pouco sabia sobre ele, a não ser algumas referências que me foram passadas pelo poeta João Sampaio, meu conterrâneo de Itaqui. Lília e Dona Lucy me receberam em sua casa e me entregaram algumas reproduções de jornais providenciadas por elas mesmas, um precioso material para minha atividade acadêmica. 
     Passaram-se alguns anos e eu novamente a procurei por ocasião do centenário de nascimento de Manoelito de Ornellas (1903-2013). Ela novamente me ajudou com informações e subsídios para levar adiante a atividade. O topo das comemorações foi uma mesa-redonda sobre Manoelito no Salão Mourisco, da Biblioteca Pública do Estado do RS. Ela mesma fez uma intervenção, ao lado dos escritores Dilan Camargo e Walter Galgani. Houve completa lotação do local e há fotografias registrando o evento.
    Posteriormente, tornei a procurá-la quando escrevi “Manoelito de Ornellas em sua Terra Xucra”. Na foto que ilustra este texto, Lília lê a obra em sua casa, sem dúvida, um grande momento para mim como autor do livro. Lembro-me de que na época ela me franqueou para publicação novas fotos inéditas do seu pai, a exemplo do que já fizera por ocasião do centenário. Que confiança alentadora!
     Já em 2013, eu e a professora Maria Alice a procuramos por ocasião das atividades de 110 anos de nascimento de Manoelito de Ornellas. Ela prontamente ajudou em tudo e ainda nos deu a honra de comparecer em uma das palestras no Memorial do Judiciário.
     Estamos agora, órfão de seu carinho e de sua presença. Reflexiva, culta, carregava consigo a memória de sua família e de seu pai, um dos maiores escritores e pesquisadores da nossa história. Hospitaleira, sempre nos recebeu bem em sua casa, com deferência e afeto. Que pena, Lília, que te foste tão cedo, porque sempre havia a possibilidade de te encontrar para um aporte da tua sabedoria de vida. Obrigado pelo carinho, pelas palavras de incentivo, por teres cumprido tua existência de forma tão leal e dadivosa. Até sempre, Lília, minha lembrança sempre falará de ti.

Publicado por Landro Oviedo
em 25/07/2015 às 19h01
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