A língua de Camões não é nada simples e perpassa muitos universos, inclusive os amorosos. Fiquei muito impressionado com a postagem de uma amiga há algum tempo. Ela afirmava que a desilusão ortográfica é maior que a desilusão amorosa. Insólita constatação.
Agora, vi na Internet um caso em que um erro de português ajudou os policiais da PRF a descobrir um delito de tráfico de drogas. Quando o S não está entre duas vogais orais, ele tem seu som próprio, de fonema alveolar, e é assim representado pelo próprio grafema S. Vamos ver o que ocorreu e como a ortografia foi importante para prender o criminoso. Para ler, clique abaixo:
A todos os meus colegas que escolheram trilhar os caminhos abertos por esse curso maravilhoso, deixo aqui minha homenagem por este privilégio compartilhado. A todos que se valem da linguagem para viver e amar, o que vai muito além do nosso ofício, estendo minhas congratulações. Letras, um curso que começou nos primeiros fonemas pronunciados, nos desenhos nas cavernas, nos hieroglifos, naquele olhar de medo, de admiração e de espanto diante da grandiosidade da natureza. Em todos os dias da minha vida, eu sei que fiz a opção correta. Minha primeira opção foi Letras. Minha segunda também. Minha terceira idem, mesmo quando abarcou direito, história e filosofia. Se o princípio é o verbo, ele também é o arremate, porque só existe o que pode ser nomeado. E o que pode ser lembrado. As emoções não podem prescidir do signo linguístico. E quem a acalanta com zelo para entregá-las ao interlocutor? Os professores, os escritores, os poetas, os cuidadores dos jardins da linguagem, que a ornam para que todos possam se nutrir de sua seiva viva e tonificante. E, com a língua, descortinamos horizontes, reiterando sentidos e polindo afetos, quando não registrando a inconformidade perante aqueles que enfeiam a vida. Como bem disse Jorge Luis Borges, encontrar uma fala é encontrar um destino. Assim entralaçamos os nossos por meio das palavras, das quais o curso de Letras é o mais fiel e insigne depositário.
Um dos principais e dos mais desconhecidos veículos de apoio aos atos planejados em defesa do presidente Jair Bolsonaro, previstos para ocorrerem no dia 26 de maio, a Gazeta Informante já conseguiu incluir na pauta do movimento o fim da crase por ser de difícil uso, conforme se verifica em suas manchetes, dificuldade compartilhada pelo presidente. Lendo-se o referido portal, pode-se ver que ela também está em guerra com as regras vigentes para se redigir um texto, conforme se pode depreender deste trecho:
Luiz Carlos(Líder) da organização do evento diz que reuniu e não foi fácil achar estudantes que pensavam diferente de boa parte dos outros que não passam somente de Comunistas. Segundo ele diversos estudantes querem fazer parte dessa manifestação do dia 26 de Maio. Foi daí então que surgiu a idéia de criar esse movimento que acabou viralizando e reunindo mais de 150 mil estudantes. Sendo eles boa parte Universitários.
Tudo indica que também a vírgula é um resquicío da "velha política" e deve ser removida para combater "tudo isso daí".
Na noite em que meus amigos João de Almeida Neto, Dinarte Valentini, Jorge Alberto Motta e o saudoso violonista Arthur Bonilla fizeram um tête-à-tête no Bar do Beto, em Porto Alegre, com a dama do samba, Beth Carvalho, eu não estava lá. Menos mal que a tecnologia nos ajuda a recuperar momentos, como nesta postagem do João de Almeida Neto no Youtube. Para ver e conferir, clique abaixo:
O Brasil não é apenas o país da piada pronta. O TCC pode vir pronto também.