"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
A vida, assim como o tempo,
É feita de passamentos
A minha infância na Chacra
É um rancho que foi alento
Hoje só volto pra casa
Nas asas do pensamento.
“Casa e família”, de Elmo de Freitas. Linda canção. Para ouvir, clique em
Leia nesta edição - Número 21 - Outubro de 2013
- Governo e Congresso continuam a tratar os índios como párias
- PSB e Marina: o mesmo saco de maldades
- Caderno de Notas ("'ESTRADAS'", “BOLADA SEGURA", “PLANOS DE SAÚDE", “PALAVRA BEM DITA")
- Para onde vão os jornais / A necessária reciclagem da imprensa escrita
- Música gaúcha / Noel Guarany: 15 anos sem o pajador missioneiro
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Tão logo minha cliente me procurou, contatei o cônjuge varão para um acordo inicial sobre a futura partilha de bens e imediata administração deles (nunca escreva "dos mesmos"). Ele concordou em ir a cartório e fazer esse acordo assinado por autenticidade, relatando o que ficava com ele e o que ficava com minha cliente, com posse imediata. Em seguida, depois de ter sido beneficiado e até recebido dinheiro por sua parte, arrependeu-se e quis desfazer o termo de acordo, com o que não concordei.
Marcada a audiência de instrução, fui com minha cliente, confiante nos termos em que havia acordado com a outra parte. Para minha surpresa, ouvi do julgador e do representante do MP que o acordo não tinha valor determinante e que não poderia balizar os termos de futura partilha. Houve tentativa de repactuar, com o que não aduzi. Saí da audiência cabisbaixo, pois havia despendido um grande esforço para fixar o instrumento extrajudicial entre as partes.
Dois meses depois, leio em nota de expediente que houvera a prolação da sentença. No outro dia, dirigi-me ao cartório já pensando em embargos declaratórios e em apelação. Minha cabeça estava girando acerca das possibilidades de recurso. Contudo, para minha grata surpresa, a sentença foi totalmente procedente, decretando o divórcio e reiterando todos os parâmetros e os pormenores do acordo extrajudicial, por mim redigido, acoplando jurisprudência nesse sentido e determinando que a futura partilha seja feita segundo as diretrizes acertadas no tabelionato. Esse era o correto, na minha opinião, mas nem sempre a nossa lógica é a de quem julga. Muitas vezes perdemos quando era pra ganhar e em outras ganhamos quando achávamos que perderíamos. O imponderável faz parte de todas as atividades humanas, inclusive dos julgamentos judiciais. Nós, os advogados, por vezes, pisamos leve e, por vezes outras, deixamos pegadas fundas no chão, como se caminhássemos com pés de bigornas.
Vocês podem até não me acreditar, mas sou amigo pessoal e pessoalizado do escritor Paulo Monteiro, escolhido para patrono da 27ª Feira do Livro de Passo Fundo. Na foto, eu, Paulo Monteiro, os escritores Joaquim Moncks e Ubirantan Porto, além da Marisônia Rodrigues, ex-colega da E. E. Cecy Leite Costa de Passo Fundo, onde fiz o curso de Redator. Estava eu, na ocasião, cometendo um livro de poesias no antigo Bar Antônius, que ficava na Capitão Eleutério, no centro da cidade. O ano? 1984. Para quem duvidar de que eu seja amigo do Paulo Monteiro, aí está a prova cabal, definitiva e ilustrativa. Valeu...
A entrevistadora Lídia Troian, atriz e apresentadora do "De cara limpa", da PoaTV, esteve no meu escritório neste sábado, 5.10.2013, para gravar mais uma edição do programa. Foi uma agradável conversa sobre literatura, poesia, história, cultura, direito e língua portuguesa. Esses programas alternativos têm um alcance muito maior do que as pessoas imaginam e eu já tive a oportunidade de constatar que existe mídia guerreira fora dos canais comerciais e hegemônicos. Sempre em frente, Lídia Troian, teu trabalho é ímpar e consistente, junto com teu cinegrafista Antônio. Voltem sempre.
