Leia nesta edição: // - A falsa dívida de um Estado falido com uma União usurpadora // - Telefonia: operadoras reclamam de perdas // - Caderno de Notas (REGIME MILITAR, CARGOS PÚBLICOS, ELEVADORES, EX-GOVERNADORES) // - Na mão-grande / Dilma Rousseff rima com CPMF // - Lançamento – prefácio da obra / A voz do Tango em Porto Alegre
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O portal Uol colocou dez questões sobre uso dos porquês, mas que acabaram virando nove, porque a primeira delas teve um erro, o que mereceu críticas dos internautas mais atentos, a indiferença de outros pelo conteúdo e o “acerto” de alguns, depois retificado.
A questão retirada do ar perguntava se era certa ou errada esta frase, de Cartola: “Só você violão compreende por que perdi toda a alegria”. “Violão”, embora seja vocativo, foi grafado sem vírgula mesmo. O gabarito a dava como errada, mas estava certa.
Bem, aqui temos uma oração principal, “Só você violão compreende [o motivo, a razão]”, e uma oração subordinada adjetiva restritiva, sem vírgulas, “por que (pelo qual, pela qual) perdi toda a alegria”. Sempre que o porquê tiver a função de pronome relativo, ele retoma um termo anterior e é equivalente a “pelo qual” e variações. Nesse caso, o porquê deve ser escrito separadamente. Reescrevendo a frase, poderíamos tê-la assim: “Só você, violão, compreende a razão pela qual perdi toda a alegria”. Como foi possível escrever “pela qual”, devemos e podemos escrever “por que”, que lhe é equivalente. Obrigado pela atenção.
Para ver e resolver as questões que restaram, clique abaixo:
É, eu acho que o editor de fotografia da Folha de São Paulo está de mal com a presidente Dilma Rousseff. Uma imagem pode valer mais que mil maquiagens.
Na última sexta-feira, dia 17 de julho, faleceu a professora aposentada da Ufrgs e escritora Lília Pinto de Ornellas, filha de Lucy Pinto de Ornellas e do escritor itaquiense Manoelito de Ornellas. Fui comunicado de sua passagem para outra dimensão pela amiga e professora Maria Alice Braga, especialista na obra do escritor.
Procurei a querida Lília quando estava cursando uma pós-graduação em História do Rio Grande do Sul e queria fazer um trabalho sobre a obra de Manoelito de Ornellas. Até então, pouco sabia sobre ele, a não ser algumas referências que me foram passadas pelo poeta João Sampaio, meu conterrâneo de Itaqui. Lília e Dona Lucy me receberam em sua casa e me entregaram algumas reproduções de jornais providenciadas por elas mesmas, um precioso material para minha atividade acadêmica.
Passaram-se alguns anos e eu novamente a procurei por ocasião do centenário de nascimento de Manoelito de Ornellas (1903-2013). Ela novamente me ajudou com informações e subsídios para levar adiante a atividade. O topo das comemorações foi uma mesa-redonda sobre Manoelito no Salão Mourisco, da Biblioteca Pública do Estado do RS. Ela mesma fez uma intervenção, ao lado dos escritores Dilan Camargo e Walter Galgani. Houve completa lotação do local e há fotografias registrando o evento.
Posteriormente, tornei a procurá-la quando escrevi “Manoelito de Ornellas em sua Terra Xucra”. Na foto que ilustra este texto, Lília lê a obra em sua casa, sem dúvida, um grande momento para mim como autor do livro. Lembro-me de que na época ela me franqueou para publicação novas fotos inéditas do seu pai, a exemplo do que já fizera por ocasião do centenário. Que confiança alentadora!
Já em 2013, eu e a professora Maria Alice a procuramos por ocasião das atividades de 110 anos de nascimento de Manoelito de Ornellas. Ela prontamente ajudou em tudo e ainda nos deu a honra de comparecer em uma das palestras no Memorial do Judiciário.
Estamos agora, órfão de seu carinho e de sua presença. Reflexiva, culta, carregava consigo a memória de sua família e de seu pai, um dos maiores escritores e pesquisadores da nossa história. Hospitaleira, sempre nos recebeu bem em sua casa, com deferência e afeto. Que pena, Lília, que te foste tão cedo, porque sempre havia a possibilidade de te encontrar para um aporte da tua sabedoria de vida. Obrigado pelo carinho, pelas palavras de incentivo, por teres cumprido tua existência de forma tão leal e dadivosa. Até sempre, Lília, minha lembrança sempre falará de ti.
É, os tubarões estão se desentendendo no butim dos cofres públicos. Sabe aquele “acordo de cavalheiros” que é, na verdade, um acordo de malfeitores? Está fazendo água e aí vem um salve-se quem puder. Eu acho até bom quando eles brigam entre si, porque daí espoliam menos o povo. O que alguns entendem como crise institucional eu chamo de trégua na exploração que recai sobre os trabalhadores. Dilma Rousseff, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Lula, José Sarney, todos se merecem. Tomara que continuem batendo cabeça. São gente da mesma laia, do mesmo estrato moral rebaixado.