"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Meu Diário
15/07/2015 18h57
RS: SEM DINHEIRO SÓ PARA OS SERVIDORES PÚBLICOS

   O governo de José Ivo Sartori (PMDB-RS) fez aprovar na Assembleia Legislativa um orçamento que exclui reajustes reais para os servidores públicos, aí incluídos professores, segurança pública, saúde, entre outros segmentos. Não tem dinheiro para eles, mas existe, isso sim, dinheiro de sobra para pagar pensões imorais e ilegais de mais de R$ 30 mil mensais para ex-governadores. Os cofres públicos estão reféns de uma camarilha que garante para si os melhores soldos e entregam migalhas para quem realmente trabalha. Olívio Dutra (PT), Tarso Genro (PT), Antônio Britto (PMDB), Germano Rigotto (PMDB), Pedro Simon (PMDB), Yeda Crusius (PSDB), Jair Soares (ex-PDS) e Alceu Collares (PDT) estão nessa lista de privilegiados que são verdadeiros chupins do suor e do trabalho dos gaúchos.

P.S.: PENSÃO DE EX-GOVERNADORES. Em sua coluna desta quarta-feira, 12.8.2015, em Zero Hora, jornal de Porto Alegre-RS, Rosane de Oliveira diz que a extinção da pensão de ex-governador “foi considerada inconstitucional, porque mexe em direitos adquiridos”. Ela não diz quem “considera” assim, deve ser por ela mesma, já que não apresenta a fonte. Gostaria que essa senhora me mostrasse uma linha, apenas uma linha, da Constituição de 1988 ou de lei posterior ou recepcionada que sustente sua tese. Jornalistas também são divididos em classes. Alguns são de estamentos superiores e defendem interesses escusos e privilegiados. É uma lastima que precisem atentar contra os fatos ou distorcer a realidade para dourar suas motivações inconfessáveis.

 

Publicado por Landro Oviedo
em 15/07/2015 às 18h57
 
14/07/2015 23h51
"HASTA LA VISTA", TELMO TORRES

    Já faz algum tempo que não tinha contato com o meu amigo, compositor e cantor missioneiro Telmo Torres. Contudo, como nossas andanças são frequentes, cada um no seu mister na luta pela sobrevivência, até achei natural nosso distanciamento físico, sendo que nossa proximidade afetiva nunca foi afetada. De uns tempos para cá, ouvindo novamente seu CD, rodando algumas músicas dele no Chasque de Cultura, veio-me a curiosidade de saber por onde andava esse vate da cultura gaúcha. Pedi ajuda ao Sávio Moura, que é da sua região, pois o Telmo Torres é de São Nicolau e morava na Bossoroca. Sávio é de São Luiz Gonzaga. Agora, o Sávio me trouxe a notícia de que a Indesejada das Gentes nos furtou do nosso meio a presença iluminada e criativa do Telmo Torres, autor de grandes textos e grandes músicas da música nativa. E isso ocorreu em 2010. Diante de sua rebeldia, entusiasmo pela vida e verve intensa, além de sua juventude, eu não esperava por isso. A foto que ilustra esse texto nos mostra, junto com o cantor Jorge Guedes, num momento de alegria, na Estância de São Pedro, bar e restaurante gaudério de Porto Alegre, em tempos idos.
    Num preito póstumo de saudade a esse grande criador e ourives das palavras sensíveis, dedico este texto intitulado “Quando morre um poeta”. Amigo Telmo Torres, tua memória e tua arte continuarão conosco enquanto nossos corações pulsarem para lembrar. 

"QUANDO MORRE UM POETA"

Clique abaixo para ler:
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Publicado por Landro Oviedo
em 14/07/2015 às 23h51
 
13/07/2015 19h53
REFRÃO NA VOZ DO POVO

    Se o sonho de todo publicitário é ter um slogan na boca do povo (tipo "Bonita camisa, Fernandinho!”), o mesmo ocorre com nossos compositores. Neste domingo, 12.7.2015, por volta do meio-dia, eu estava no Mercadinho Centenaro, na rua Riachuelo, em Porto Alegre, apreciando um derivado líquido de cevada, quando chegou um bêbado cantarolando para comprar um vinho: “Vamos embora ver onde chora o cantor/ Que o pó levanta na bailanta do Tio Flor” (Elton Saldanha). Aí pensei cá com meus botões: “O Benício (Elton) precisa saber disso. Isso vale tanto ou mais do que os troféus e prêmios que ele acumulou ao longo dos anos por conta do seu grande talento”. Eis aí um registro da força da obra desse meu conterrâneo.

 

Publicado por Landro Oviedo
em 13/07/2015 às 19h53
 
04/07/2015 18h03
CURSO DE PORTUGUÊS COM INSCRIÇÕES ABERTAS

    Encontram-se abertas as inscrições para nova turma do Curso Básico de Português, com o professor Landro Oviedo, aos fins de semana, com início em agosto. Inscritos recebem apostila. Destina-se a candidatos a concursos públicos, vestibulandos e interessados em aperfeiçoar-se. Compreende gramática, textos, noções de redação e a reforma ortográfica. Contatos: (51) 4100-0040, 9201-3065 ou pelo site www.cursodeportugues.zip.net.

 

Publicado por Landro Oviedo
em 04/07/2015 às 18h03
 
26/06/2015 19h12
NICO FAGUNDES: A MORTE COMO CONTINUIDADE DA MISTIFICAÇÃO

    O luto tem o condão de melhorar as pessoas aos olhos dos que ficam, emprestando-lhes uma pureza de alma que não se comunica com o ser vivo que foi o extinto. Já não lhe atribuem interesses inconfessáveis nem idiossincrasias de quem intervinha no cotidiano com um olho no ferro e outro na ferradura. A morte é uma liberação de compromissos e alienações, um salvo-conduto para que se possa ser quem nunca realmente fomos, como uma lente que distorce o que foi visto por alguns e que é agora presumido por muitos.
    Nunca gostei do papel do Nico Fagundes na cultura gaúcha. Como uma espécie de mandachuva local, sempre escolheu para si o papel de patrão de uma estância de pouca ou discutível produção. Se dependesse dele, até hoje a música gaúcha estaria na caricatura, envolvida numa ópera-bufa, recolhendo as ostras e jogando fora as pérolas. Isso seria aceitável num homem mediano, de horizontes curtos, mas é um verdadeiro delito quando praticado por um homem culto que, em vez de ser rio, preferiu ser represa. Na verdade, as pessoas cultuam os mortos por sua própria fragilidade, por enxergarem nele seu destino indelével. Mas não significa que isso seja certo, porque os vivos erram e os mortos não errarão nunca mais. Todavia, as representações delas não podem transfigurar a figura real que, no seu tempo e contexto, foi o que quis ser, seja atacando moinhos, seja fazendo coro aos poderosos, seja participando ativamento para mudar este mundo. A criação coletiva demanda uma origem na realidade, sob pena de ser mera manipulação.

Publicado por Landro Oviedo
em 26/06/2015 às 19h12
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