"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Meu Diário
27/02/2022 18h57
"NO REFÚGIO DAS PALAVRAS": A PROFESSORA MARIA ALICE ESCREVE SOBRE MANOELITO DE ORNELLAS

Artigo da professor e doutora Maria Alice Braga sobre o tríduo memorialístico do escritor itaquiense Manoelito de Ornellas. Clique abaixo para ler:
https://rl.art.br/arquivos/7461647.pdf

Publicado por Landro Oviedo
em 27/02/2022 às 18h57
 
20/12/2021 00h48
RENÚNCIA COMO DESFECHO

Jair Bolsonaro precisa de mandato para escapar de seus crimes.

Publicado por Landro Oviedo
em 20/12/2021 às 00h48
 
19/12/2021 01h41
"EMBRETANDO" (JOÃO SAMPAIO-NOEL GUARANY) COMENTADA

Ritual, pampa de cantares
Clarão, protesto e bandeira
É a milonga missioneira
Se esparramando nos ares
E as violações seculares
Seguem sendo sempre atuais
Nos quatro pontos cardeais
Vão se agrandando os problemas
E as evidências supremas
Das injustiças sociais

Meu comentario:

Nesta estrofe, o poeta legitima a milonga missioneira como legítima forma de protesto e ressalta os problemas gerados pelas disparidades sociais numa sociedade injusta.

Neste mundo imediatista
De convulsões e procelas
Um payador guitarreiro
Para o tempo abre cancelas
Sociedade é vaca magra
Cheia de bicho e mazelas

Meu comentario:

Aqui temos a inconformidade do poeta com os aproveitadores que sugam as riquezas produzidas pela coletividade. Não é demais lembrar que o professor Sílvio Júlio dizia que, para cada idealista, temos milhões de sacripantas. 

São temas do meu ofício
De cantor sem fantasia
Que avultam a terra toda
Sem pátria e sem geografia
Reclamando na guitarra
Maus tratos na ecologia

Meu comentario:

Neste sexteto, o poeta toca num ponto fundamental, a defesa do meio ambiente. Essa música é muito atual num momento em que o governo de Jair Bolsonaro desarticula a defesa da Amazônia e incentiva grileiros, desmatadores, mineradores e traficantes de madeira a destruir a floresta.

Genocídios, extermínios
Que ecoam por aqui
Ideais colonialistas
Do Amapá ao Tuiuti
E o massacre feudalista
Da minha raça guarani

Meu comentario:

Que estrofe brilhante e visionária! O governo de Jair Bolsonaro boicota a vacinação, proíbe a assistência à saúde dos índios e até a entrega de água potável, além de incentivar a mineração nos rios das terras indígenas e um avanço de "bandeirantes" que levam doenças e desgraças às aldeias. Quadro completo de um genocídio anunciado e perpetrado.

O cantor pulsa a guitarra
Contra a ganância ilusória
Dos que massacram a terra
Pobre povo e luta inglória
É um veneno o pão escasso
Da lavoura predatória

Meu comentario:

De novo o poeta acerta em cheio. O agronegócio destrói o bioma pampa com a agricultura destruidora da natureza e o emprego de agrotóxicos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Um exemplo é a extinção gradativa da espécie das abelhas. E o Rio Grande do Sul continua a permitir ofensivos agrícolas proibidos no mundo todo.

Liberdade é o bem maior
Impulso de pátria e chão
Forjada na nossa alma
Com força no coração
Suprimir a liberdade
É a pior poluição

Meu comentario:

Excelente comentário genérico, mas importante. Já dizia Cecília Meireles: "Liberdade é uma palavra/Que o sonho humano alimenta/Que não há ninguém que explique/E ninguém que não entenda". Sem esquecer que Bolsonaro diz que é melhor perder a vida que a liberdade. Mas o melhor mesmo é ter a liberdade de discordar de uma asneira dessas.

Assim quero ver a pátria
Andar por trilha singelas
Pátria não é sociedade
São ânsias verde e amarelas
Queremos una e liberta
Sem bichos e sem mazelas

Meu comentario:

Finalizando, o poeta estabelece um conceito de pátria liberta para além das convenções sociais, um reflexo de vontades morais reunidas. Coisa difícil nos tempos atuais, quando um presidente diz que o Brasil está acima de tudo, menos de sua família organizada. Mas o pajador pode e deve ser impositivo, não é mesmo? E agora, para finalizar e para quem tiver interesse de conhecer essa música de atualizada rebeldia, deixo o linque abaixo. Obrigado a todos.

https://www.youtube.com/watch?v=9W3DujCSjss

Publicado por Landro Oviedo
em 19/12/2021 às 01h41
 
05/12/2021 18h28
ARTIGO SOBRE O LIVRO "SILÊNCIO! O AMOR ESTÁ FLORINDO", DE CLAUDETE MORSCH PEREIRA SOARES

     No Caderno de Sábado, do Correio do Povo, p. 6, edição de 4.12.2021, artigo publicado pela professora Marisa Piedras sobre o mais recente livro de poemas da escritora Claudete Morsch Pereira Soares.

     Para ler, clique abaixo:

     https://rl.art.br/arquivos/7400697.pdf

Publicado por Landro Oviedo
em 05/12/2021 às 18h28
 
13/11/2021 10h25
SOMERSET MAUGHAM SOBRE OS INGLESES

     Este trecho de Somerset Maughan sobre os ingleses é genial.

     "Os ingleses, o que quer que tenham sido na era elizabetheana, não são  uma raça amorosa.   O amor, neles, é mais sentimental que apaixonado. É claro que são suficientemente sexuais para os fins da reprodução da espécie, mas não podem dominar o instintivo sentimento de que o ato sexual é repugnante. São mais inclinados a considerar o amor como afeto ou benevolência do que como paixão (...). O inglês é a única língua moderna  em que se julgou necessário tomar de empréstimo ao latim uma palavra de sentido pejorativo, a palavra "uxorious", para o dedicado amor de um homem à sua esposa. Que esse amor possa absorver um homem, afigura-se-lhes indigno. Na França, um homem que se arruinou por causa de mulheres é geralmente olhado com simpatia e admiração; existe o sentimento de que a coisa valeu a pena, e o homem que o fez sente até certo orgulho nisso; na Inglaterra ele será considerado e se considerará a si mesmo um perfeito idiota. Eis por que Antônio e Cleópatra foi sempre a menos popular das grandes peças de Shakespeare. O público achou discutível perder um império pelo amor de uma mulher. Na verdade, se isso não fosse baseado em um episódio universalmente aceito, seriam unânimes em afirmar que tal coisa era inacreditável." ("Confissões", Editora Globo, 1951, tradução de Mario Quintana, p.p. 106-107).

     Depois disso, resta esperar que a ordem do universo não dependa, por exemplo, de o humor ser alemão, os cozinheiros britânicos, os mecânicos franceses, os amantes ingleses e os organizadores italianos. No Rio Grande do Sul, há uma famosa frase atribuída ao general Flores da Cunha para explicar, com indisfarçável orgulho, sua condição franciscana ao final da vida: "Perdi tudo com cavalos lerdos e mulheres ligeiras". 

 

 

 

Publicado por Landro Oviedo
em 13/11/2021 às 10h25
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