CONVITE
Convidamos vossas senhorias para receberem a "Comenda Lobo da Costa", oferecida pela Sociedade Partenon Literário, a realizar-se às 19:00h do dia 26 de março de 2012, segunda-feira, no auditório do Museu Júlio de Castilhos, na rua Duque de Caxias, 1205, Centro Histórico de Porto Alegre. Desde já aguardamos a sua presença. Relação para receber a comenda: Diego Petrarca (poeta e professor), Elroucian Motta (poeta), Bianca Obino (cantora), Lilia Manfroi (poeta e artista plástica), Jerônimo Jardim (cantor e compositor), Jose Renato Leão (diretor teatral), Márcio Gobatto (produtor cultural), Vera Salbego (poeta e professora), Alcir Nicolau (escritor), Airton Pimentel (cantor), Aury Hilário (músico), Nestor Monastério (diretor teatral), Landro Oviedo (professor), Ademir Bacca (poeta), Letícia Moller (escritora).
Porto Alegre, 16 de março de 2012.
Benedito Saldanha Presidente do Partenon Literário Gestão 2011-2013 |
De: | Landro Oviedo |
Para: | Benedito Saldanha |
Data: | 21/03/2012 12:56 |
Assunto: | Comenda Lobo da Costa |
Prezado escritor Benedito Saldanha
Tive a grata surpresa de encontrar meu nome entre os agraciados com a comenda Lobo da Costa. Certamente estarei presente, recebendo essa honraria. Ainda mais por envolver um poeta tão brilhante. Muito obrigado pela lembrança. Landro Oviedo |
LITERATURA GAÚCHA - DAS ORIGENS AO PARTENON LITERÁRIO (1868) - BREVE CONTRIBUIÇÃO (ESTUDO DOS AUTORES) - LOBO DA COSTA
Lobo da Costa (1853-1888) - Poeta, ficcionista, ensaísta, jornalista, dramaturgo, Francisco Lobo da Costa foi a mais alta expressão da poesia romântica no Rio Grande do Sul. Integrou o Partenon Literário.
Lobo da Costa, ao traçar seu destino como homem, ligou-o umbilicalmente à poesia. Optou por ser poeta como forma de dar à sua vida o único sentido que considerava válido.
Tal opção implicou ônus que ele sempre pagou prontamente, ciente do seu crédito, via poesia, perante a existência. E se às vezes as circunstâncias não lhe foram fáceis, e efetivamente não foram, pois morreu na miséria e em delírio, o certo é que despendeu seus dias em consonância com as forças internas e exigentes que lhe revolviam o íntimo.
Mas não se pense que a poesia de Lobo da Costa, pelas angústias de seu criador, pendeu para o isolamento. Poemas como "Adeus", "Vingança" e, principalmente, "Ranchinho de Palha" lograram êxitos inigualáveis no século XIX. Conhecidos e recitados, atravessaram a barra do tempo, com suas estrofes sempre presentes nas mentes e nos corações dos rio-grandenses. Algumas restrições ao seu estilo intuitivo e, por vezes, descuidado, não lhe comprometem a obra.
A poesia de Lobo da Costa tematiza a saudade, o amor não correspondido, a solidão e, também, as questões sociais. É como se, resguardadas as devidas proporções, num único poeta se fundissem os ânimos de um Casimiro de Abreu, de um Álvares de Azevedo e de um Castro Alves. Sobre sua poesia, Alice Campos Moreira afirmou que "o ponto central dessa poética é o predomínio da subjetividade. O Eu e a vida interior tendem à elevação, à espiritualidade e à liberdade".
Referindo-se ao enfoque social da obra de Lobo da Costa, Alice Campos Moreira destacou-o como militante de duas grandes jornadas. "Defensor das grandes causas: a abolição da escravatura e a República, é levado por sua visão solidária a debater as injustiças sociais. Pela primeira vez um poema cantou o soldado, herói anônimo, desajustado na sociedade que defendeu e o abandona; ou o espetáculo deprimente da legião de esquálidos e famintos nordestinos entregues à própria sorte; ou, então, a situação da mulher degradada na prostituição. Não usou o sentimentalismo para denunciar a escravidão. Sua censura era destinada às consciências, exigindo direitos e cobrando deveres. Exaltou os farrapos, que lutaram pela igualdade e justiça social."
O lirismo de Lobo da Costa, sua solidão, seu desejo de afetos que nunca teve, sua inadequação espiritual a um mundo de materialismo desmedido constituem uma poesia cujo eu poético manifesta-se em permanente angústia existencial. Essa poesia, representada por publicações como “Lucubrações (1874)” e “Auras do Sul” (1888), é a realização profunda da verve de um poeta que, ao sondar o insondável, extravasou limites e não coube em si mesmo. (Landro Oviedo)