Não, eu não quero ter presentes no Natal
Eu quero estar presente, quero minimizar ausências e saudades
Quero falar do brilho no olhar de quem já partiu
Que um dia ficou plasmado em minha retina
Quero roçar meu frêmito efêmero de vida
Na epiderme da alma de quem me ama,
De quem eu amo, de quem eu chamo.
Neste Natal, quero saber das palavras
Que um dia serão signos na boca de quem me virá
Assim como digo as coisas que meus avós me disseram
Que meu pai e minha mãe repetiram
Neste Natal, quero vida, quero sonhos, quero saberes
Quero a particularidade plena do momento
Quero o braço e o abraço
Quero o riso aleatório das crianças
Quero a leveza da vida
Porque somos uma fatalidade
Não nos escolhemos
Mas podemos escolher com quem vamos
compartilhar a sonoridade de estar vivo
num dia qualquer da eternidade.
Feliz Natal a todos...