Os deputados federais e os senadores, a serviço do governo federal e dos governos estaduais e municipais, descobriram um pré-sal de arrecadação. Trata-se de usar causas pretensamente justas para extorquir motoristas e proprietários de veículos por meio de multas de trânsito em todo o país. Enquanto isso, os Detrans continuam cada vez mais ineptos e corruptos, as estradas cada vez mais abandonadas e os donos de pedágios arrecadando somas astronômicas.
A nova linha de investida, que inclui ampliar tipos penais dos crimes formais (sem resultado) e os crimes de mera conduta, como é próprio dos regimes ditatoriais, está se transformando no novo motor da arrecadação de verbas que serão usadas para financiar as costumeiras falcatruas que não param de acontecer em todos os governos, principalmente nos do PT.
O que se vê é parlamentares como o senhor senador Magno "Maligno" Malta (PR-ES) apresentando um projeto de lei para multiplicar o valor das multas, além de acabar com o contraditório e a ampla defesa em infrações de trânsito, direitos que já são tratados como piada pelos órgãos de trânsito, que sempre indeferem os recursos. Já o senhor deputado federal Major Fábio (Pros-PB), da pedagogia do cassetete, quer simplesmente rasgar a Constituição ao proibir a divulgação pelas redes sociais das blitze arrecadadora. Ou seja, querem se locupletar elidindo o direito de legítima defesa e de livre manifestação.
Pior é que os governantes e seus acólitos ficam indignados quando dizemos que existe uma indústria da multa de trânsito. Contudo, isso é fato inegável. O dinheiro arrecadado vai todo para os caixas únicos dos governos, as empresas formadas para gerenciar o trânsito, como a EPTC, de Porto Alegre, são todas de regime privado (privado, repito) e os contratos com empresas privadas para equipamentos e guinchos envolvem negociatas de toda ordem. Querem mais? Recentemente, durante uma manifestação salarial, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ameaçou parar de multar. Não deu outra: o governo de Dilma "Ruimsseff" foi lá e pagou rapidinho (Enquanto isso, os aposentados...). Dinheiro é sempre bom, ainda mais quando vem de maneira fácil e em grande quantidade.
Em Porto Alegre, a chamada Balada Segura poderia muito bem ser renomeada de Bolada Segura.