O ano que termina marca os 110 anos de nascimento de um intelectual que muito contribuiu para que conhecêssemos nossas raízes. Com isso, ele nos ajudou a compreender e reconhecer aquilo que deu origem a nossa identidade, como gaúchos, da qual tanto nos orgulhamos. Seu nome: Manoelito de Ornellas. Nascido em Itaqui, na Fronteira, em 1903, ele era fruto da relação portuguesa (seu pai era descendente de portugueses) e espanhola (sua mãe nasceu no Uruguai). Além de fazer poesia, Manoelito mergulhou fundo na história da Península Ibérica, onde buscou, com êxito, muitas razões para o nosso comportamento e as influências na formação do nosso Estado.
Seu livro Gaúchos e Beduínos (1948) talvez seja sua obra mais conhecida, mas foi premiado e fez sucesso com muitas outras. Chegou à Capital em 1935, depois de ter morado também em Tupanciretã e Santa Maria. Aqui, foi diretor da Biblioteca Pública e substituiu Erico Verissimo na presidência da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI). Em 1948, assumiu, no RS, o Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Federal. Foi também professor da Faculdade de Filosofia em Porto Alegre e ensinou História da Arte em Florianópolis. Em 1963, foi escolhido Personalidade do Ano na área de Cultura e Letras. Morreu em 1969, ano em que lançou o livro Terra Xucra com suas memórias. Um homem sofisticado que conhecia profundamente o Rio Grande do Sul.
Fonte: Jornal Zero Hora, 4.12.2013, p. 54, Porto Alegre-RS, "Almanaque Gaúcho", Ricardo Chaves.