No início de 2013, com a consolidação do poder dominante, com as elites do PT, do PMDB, do PSDB, do PDT, do PC do B, do PSB, do PRB e de outras tantas siglas flertando entre si, divergindo no epidérmico para concordar no essencial, a exploração do povo brasileiro, escrevi um poema social (com pretensões meramente de poema) denunciando esse estado de coisas, a morte em vida dos nossos anseios como nação, como coletividade, como área livre da escravidão moderna.
Quando escrevi esse desabafo, o gigante estava recolhido, o vulcão sonolento se espreguiçava nos braços de Morfeu. Nada a indicar uma contrariedade, um desejo de espargir nas águas paradas do mar territorial, do território à beira-mar. Eis que centavos foram a gota d'água desse pote de imensa mágoa. E o povo veio às ruas para mudar o Brasil. E parece que assim vai ser também em 2014. Contra a Copa da Fifa, contra os males seculares que enlutam a população, carente de tudo, desde afeto até sua própria cidadania, contra a corrupção, contra o sucateamento do transporte público, da saúde e da educação. Foi bom para mim, após meu desabafo rimado, ver as pessoas lutando para mudar o país. O texto não é premonitório, é apenas um arranjo estético de indignação, a mesma que se viu nas ruas contra uma camarilha partidária de direita que faz jogo jogado de uma alternância de sacripantas no poder. Pescam com dinamite, pois destroem a consciência de classe dos segmentos populares, que deixam de ver quem são realmente seus aliados, representados pelo PSTU e pelo Psol. Segue o poema, que fala do papel asqueroso dessa gente que quer se perpetuar no poder e trata os eleitores como meros figurantes. Feliz 2014 a todos.
Para ler “A PÁTRIA SEM CALCINHAS”, clique aqui
http://www.landrooviedo.com/visualizar.php?idt=4149704