No Brasil, os membros do Supremo Tribunal Federal (STF) são escolhidos pelos governos de plantão com a expectativa de uma canina fidelidade. A suprema corte brasileira já nasce com vício de origem, com sinais de acumpliciamento com o presidente da República e com o Congresso Nacional, que os submete a uma sabatina para comprometê-los mais ainda com os interesses das elites que comandam o parlamento. Essa ação entre amigos se repete no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal de Contas da União (TCU) e tribunais superiores. Nos estados ela impera nos tribunais de justiça e nos tribunais de contas estaduais. Se antes da República davam-se títulos de nobreza aos acólitos do poder, agora a moeda de troca são os cargos e suas benesses, pagas pelos bolsos dos republicanos de segunda classe.
Pois se a tarefa maior do STF é servir como paga a quem o contratou pelos meios traçados numa Constituição feita para os dias de festa, no caso da Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras, a dívida já está sendo cobrada por um credor invisível, que não precisou falar nada às claras (ou falou tudo às escuras) para ser ouvido. A manobra de colocar o ministro José Antonio Dias Toffoli, ex-advogado-geral do PT e ex-assessor do governo Lula, para presidir a turma que vai julgar o caso já mostra uma articulação para fazer a pizzaria do STF funcionar a todo vapor. O ministro Toffoli é um antigo torcedor de carteirinha do PT (e simpatizante dos seus aliados). Sua isenção é algo tão cristalino como a cerração que obriga a trafegar com baixa luz. Parece que a pizzaria do STF, de caros pizzaiolos, como o ministro Gilmar Mendes, vai fazer o bolo da vez.