Como notívago incorrigível que sou, deixo algumas tarefas para mais tarde e chego agora à redação do Correio do Povo. Descubro que morreu Lauro Hagemann, um dos grandes lutadores, um dos maiores gaúchos de todos os tempos. Eu o conheci já num tempo maduro de sua brilhante trajetória, quando pudemos ter uma parceria marcada por algumas iniciativas comuns e marcantes, incentivadas por amigos como Cláudio Gutierrez e Nina Camarano. Ele foi um dos que sentou pé para que a estátua do João Cândido fosse colocada lá onde está, no Parque Marinha do Brasil, homenageando o Almirante Negro. O Lauro é uma dessas pessoas que nos dá orgulho de tê-la conhecido, de um dia lhe ter apertado a mão, de um dia ter comungado com suas ideias. O que dizer de Lauro Hagemann depois de tudo que já foi dito, depois de tudo que ainda se há de dizer? Eu não sei, mas só sei que ele é para mim um esteio, uma referência de tudo por que tenho lutado. O Lauro já não era só um ser humano, ele se havia tornado uma instituição ética. Agora, então, ele é um personagem dessa história que avança no sentido de um dia se chegar a uma sociedade mais justa, com igualdade social. Lauro, a ti minhas mais profundas reverências. Até sempre, Lauro Hagemann, o sonho do socialismo continua vivo.