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Landro Oviedo
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Meu Diário
28/09/2015 23h56
MORDOMIAS POUCO REPUBLICANAS

    Os governantes brasileiros parecem viver num mundo particular, no qual imperam suas próprias leis de vida abastada, gastando o dinheiro do contribuinte de forma acintosa. A coluna de Clésio Boeira, a seguir, trata de dois casos que mostram a essência dessa elite. Dilma (PT) voa lá, Sartori (PMDB) voa aqui. O céu é de brigadeiro para eles, o cotidiano é de privações para a maioria do povo brasileiro.

Dilma usa helicóptero para se locomover em Brasília

Enquanto o governo do Chile congela os salários da presidente Michelle Bachelet, ministros, deputados, senadores e líderes regionais (teriam reajuste de 4,5% em dezembro) e políticos da Suíça e da Suécia se utilizam de trens, diariamente, além de aviões de carreira para viagens longas, a presidente Dilma Rousseff usa helicóptero para se locomover em Brasília.

Sem dar exemplo pessoal de austeridade, diante da crise que já tirou o emprego de 1 milhão de pessoas e levou milhares de empresas à falência, Dilma exige um helicóptero – aquele mesmo que solta labaredas – para ir do Palácio da Alvorada (onde mora com todas as despesas pagas) até a Base Aérea de Brasília, distante 13 quilômetros em linha reta.

De acordo com a coluna Expresso, do jornalista Murilo Ramos, na revista Época, o custo/hora do deslocamento dessa natureza é mais caro, de 12 mil reais, porque a pequena distância não oferece tempo suficiente para a aeronave ganhar altitude e desativar os trens de pouso.

Caso se programasse melhor, Dilma poderia optar por carro, com direito à escolta. A economia de dinheiro público seria bem-vinda em tempos de cortes. Nas pesquisas de popularidade, Dilma voa baixo, mas, nas “viagens”, está por cima.

Helicóptero de Sartori
Em fevereiro, o governador José Ivo Sartori foi criticado por pregar união para enfrentar a crise financeira gaúcha, na abertura da colheita do arroz, em Tapes, e, em seguida, voar de helicóptero para um compromisso político em Capão da Canoa, depois de ter utilizado a aeronave para ir de Porto Alegre a Tapes.

A conexão Porto Alegre-Tapes-Capão da Canoa, feita uma única vez, ao custo de 13 mil reais para os cofres do Estado, escandalizou alguns jornalistas. O uso contumaz pela presidente do Brasil, país em crise também, para andar 13 quilômetros em Brasília não sensibiliza os mesmos profissionais. A notícia não mereceu sequer uma linha aqui na província. (Clésio Boeira, jornal O Sul, 28.9.2015)

Publicado por Landro Oviedo
em 28/09/2015 às 23h56
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