"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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Meu Diário
05/11/2015 02h00
UMA POESIA DE BEATRIZ DE CASTRO

    Durante o lançamento de “Manoelito de Ornellas: vida e obra de um ex-presidente da ARI”, da professora e doutora em Letras, Maria Alice Braga, no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, em Porto Alegre, tive a honra de receber a obra poética “Alvorecer”, da poetisa Beatriz de Castro, que me foi gentilmente entregue em mãos pela própria autora. Trata-se de uma poesia marcada pelo paisagem externa e "interna" dos homens e mulheres do Sul, com um sutil regionalismo, pictórico e metáforico nas imagens e no universo retratado.

    De suas poesias, escolhi para postar e compartilhar com os amigos uma que intitulada “Guitarra da Mouraria”, tema muito caro aos gaúchos por representar a ideia de uma ascendência moura, tão presente na nossa cultura e, principalmente, na obra de Manoelito de Ornellas, notadamente em “Gaúchos e beduínos” (1948). Não por acaso, o texto é afetivamente dedicado a Lilia de Ornellas, filha do escritor, com o qual a autora Beatriz de Castro privou como amiga e como aluna. Bom proveito a todos.

Guitarra da Mouraria

Uma guitarra afinada

nos cantos da Mouraria

deixou arpejos de sonho

na cidadela vazia

 

Ai, Mouraria,

que uma estrela conduzia!

 

Alta noite,

a cimitarra da lua

o sonho feria...

 

Ai, Mouraria,

olhos de uma moura arredia!

 

Uma guitarra afinada

nos cantos da Mouraria

teve pena do meu fado

que era tristeza macia...

 

Ai, Mouraria,

que ao meu fado parecia...

Publicado por Landro Oviedo
em 05/11/2015 às 02h00
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