Durante as manifestações de 30 de junho, dia da Greve Geral, Altemir Cozer, professor e ativista dos movimentos sociais, foi preso pela Polícia Militar do Rio Grande do Sul em Porto Alegre. E conduzido ao Presídio Central, o mesmo que já foi considerado como uma das piores prisões do mundo, dominada pelas facções ante a omissão dos governantes.
Ilustrativamente, a prisão se deu no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal devolveu o mandato para o corrupto Aécio Neves e libertou da prisão o ex-deputado federal Rocha Loures da cadeia, o famoso “homem da mala”. O recado é bem assim: aos corruptos, tudo; aos lutadores, os horrores da perseguição política.
Conheço o Altemir há muitos anos e sei do seu idealismo e perseverança na luta contra as mazelas desse sistema abjeto e injusto. Em nome das leis que as elites criam com seu Congresso corrupto, em nome de uma legalidade que oprime e gera a fome e a miséria de milhões, em nome de um ordenamento jurídico que mantém uma das piores distribuições de renda do planeta, em nome de uma estrutura corrupta para perpetrar uma farsa de uma democracia estamentalizada, a repressão investe contra os opositores no seu triste papel de cão de guarda do capital.
Enquanto nos palácios e tribunais os bem-aquinhoados riem do povo, existe luta na planície. E para mantê-la, para o bem do futuro do país e de sua população mais despossuída, ameaçada nos seus direitos básicos, como os valores das suas aposentadorias, na mira do grande capital, é preciso defender os lutadores, que são os imprescindíveis de sempre. Liberdade para Altemir. Lutar não é crime, crime é consentir, crime é se apropriar dos recursos dos trabalhadores. Estamos contigo, Altemir, estamos com todos os revolucionários que não se calam e nunca se calarão. Liberdade já!