"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Meu Diário
26/02/2018 22h33
SOLIDARIEDADE PLENA

     Passada uma semana da morte arrasadora do meu pai (19.2.2018), o inelutável vai se unindo ao tempo para conspirar em prol da racionalidade, embora o sentimento e o afeto ainda tenham muitas arestas a serem aparadas. De tudo, já vai a saudade tomando conta, como uma água penetrando nos poros de uma esponja, dizendo que sim, que talvez, que sim, que talvez, que sim, que sim, que sim.
     Em meio a essa passagem de dor, de muito me serviu a palavra fraterna e consoladora dos familiares e dos amigos. Este é o miolo do que queria escrever. Agradecer. Descobri que a palavra amiga, o abraço sensível, o olhar compreensivo em muito confortam e amenizam o desamparo.
     Quando começaram a irromper as mensagens de solidariedade, pensei em responder à medida que fossem chegando. Mas como foram centenas, inclusive de “curtidas” e afins, isso se tornou uma tarefa acima de minhas forças. Contudo, quero dizer que li todas as mensagens e me emocionei com cada um que me deu seu apoio ou que veio à minha página em rede social expressar solidariedade. As condolências recebidas me mostraram que vale a pena cultivar a amizade e os laços afetivos, exatamente como meu pai fez em toda sua vida. Aliás, não sei por quê, mas nesta mesma frase me lembrei de um episódio: uma vez ele estava chegando a casa em Uruguaiana e vizinhos aprisionaram uma cobra não venenosa e eles iriam matá-la. Ele não permitiu e a soltou, sob a alegação de que todos os seres têm direito à vida. Esse era meu pai. Obrigado a todos que se solidarizaram comigo e com a minha família. A vida continua e ele será sempre nosso menestrel, nosso morubixaba, nossa razão de sorrir diante de cada instante em que ele nos fez sentir especiais. Nascemos indefesos, nossos pais são nossos esteios. Graças a eles e por eles vivemos. E lembramos.

Publicado por Landro Oviedo
em 26/02/2018 às 22h33
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