A todos os meus colegas que escolheram trilhar os caminhos abertos por esse curso maravilhoso, deixo aqui minha homenagem por este privilégio compartilhado. A todos que se valem da linguagem para viver e amar, o que vai muito além do nosso ofício, estendo minhas congratulações. Letras, um curso que começou nos primeiros fonemas pronunciados, nos desenhos nas cavernas, nos hieroglifos, naquele olhar de medo, de admiração e de espanto diante da grandiosidade da natureza. Em todos os dias da minha vida, eu sei que fiz a opção correta. Minha primeira opção foi Letras. Minha segunda também. Minha terceira idem, mesmo quando abarcou direito, história e filosofia. Se o princípio é o verbo, ele também é o arremate, porque só existe o que pode ser nomeado. E o que pode ser lembrado. As emoções não podem prescidir do signo linguístico. E quem a acalanta com zelo para entregá-las ao interlocutor? Os professores, os escritores, os poetas, os cuidadores dos jardins da linguagem, que a ornam para que todos possam se nutrir de sua seiva viva e tonificante. E, com a língua, descortinamos horizontes, reiterando sentidos e polindo afetos, quando não registrando a inconformidade perante aqueles que enfeiam a vida. Como bem disse Jorge Luis Borges, encontrar uma fala é encontrar um destino. Assim entralaçamos os nossos por meio das palavras, das quais o curso de Letras é o mais fiel e insigne depositário.