Muitos conhecidos meus, que antes eram abertamente pró-Bolsonaro (até vinham na minha página pronunciar alguns impropérios e estultices), agora estão mais quietos do que galo na chuva diante das frequentes crises de insanidades do presidente escolhido por eles. Parece que aquele afã reacionário arrefeceu, mas está lá, guardado no lado direito do peito. E, claro, está latente, mas de vez em quando aflora de maneira desavergonhada.
O episódio do assassinato do cidadão negro Beto Freitas, no Carrefour, é um exemplo dessa incontida vontade de exercer o cinismo e a falsificação dos acontecimentos. Baseado num histórico da vítima, que tem alguns registros policiais, tentam justificar a atrocidade, como se a desproporção no uso da força e da violência assassina pudesse ter razão retroativa em fatos menores. Nem o Carrefour, que lamentou a morte e considerou as manifestações legítimas, chegou a esse nível de análise primária e cruel, desprovida de bom senso e eivada de falácias.
Esse é o modo bolsonarista de ser desumano, mentiroso e sacripanta. Esses meus conhecidos espalham sua mediocridade com mentiras predefinidas pelas redes sociais. O perigo dos idiotas é que eles tentam transformar seu idiotismo em virtude moral e em valores que os unem na sua saga de rebanho.