"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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Meu Diário
02/03/2021 20h09
SE FOI O DEDÉ (ANDRÉ AGOSTINI)

     Nesta terça-feira, soube da morte de um velho conhecido e amigo, o professor, escritor, empreendedor, militante político e ex-vereador André Agostini, de Passo Fundo, mais conhecido como Dedé.
     Conheci o Dedé quando ele já era um promissor intelectual das lutas sociais e políticas da cidade. Fomos contemporâneos na UPF na década de 80. Eu estava recém conhecendo aquele emaranhado de doutrinas e ideologias e ele trafegava nesse universo com a desenvoltura de um veterano, embora fosse jovem, pulsante e de uma elegância sorridente. Sua oratória era magnética e, nas disputas estudantis, sempre tínhamos receio de que ele fizesse a assistência pender para o seu lado, o que, não raro, ocorria, desarticulando nossas estratégias. 
     Depois desse tempo, nos encontramos poucas vezes e a última foi na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, quando nos cumprimentamos efusivamente.
     A comunidade de Passo Fundo perde um personagem essencial do seu percurso mais recente. A par de Argeu Santarém, de De Césaro e outros, fez com que aquela cidade, num certo momento da minha vida de estudante, fosse minha metrópole cultural. Sua verve, sua afetividade, sua visão humanista e sua cartesiana argumentação em assuntos complexos são atributos a serem rememorados de sua curta e profícua existência. Até um dia, companheiro Dedé!

Publicado por Landro Oviedo
em 02/03/2021 às 20h09
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