Notícia boa da madrugada: o meu amigo, conterrâneo e escritor Dilan Camargo é um dos finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria literatura infantil, com o livro "Com afeto e alfabeto", da editora Edelbra. O Dilan é um escritor ainda pouco conhecido em nossa terra natal Itaqui, mas é um orgulho entesourado para nossa querência. Seu universalismo literário o levou para outras plagas e conquistas, mas ele sempre preservou nossas raízes no coração. Na foto, estamos eu e ele no seu programa “Autores e livros”, veiculado em julho pela TV Assembleia do Rio Grande do Sul. Nossa amizade se dá aos intervalos, mas sempre eivada de admiração mútua e alegria de convívio. Grande letrista, vencedor de muitos festivais nativistas e um papa-prêmios literários, desses que facilitam o trabalho dos jurados pela qualidade do seu texto.
No referido programa, tratamos sobre a obra do também escritor itaquiense Manoelito de Ornellas, que escreveu “Terra xucra” e “Gaúchos e beduínos”, entre outros clássicos da nossa literatura e sociologia sul-rio-grandense. O Dilan Camargo está sempre a postos quando se trata de atividades culturais e tem uma militância associativa muito importante na preservação da cultura gaúcha, organizando obras coletivas de alta qualidade literária e grandes nomes. Confesso que eu sempre quis ser amigo do Dilan Camargo e ele, mesmo já consagrado, quando nos conhecemos, foi muito generoso comigo, próprio de quem cultiva o afeto nas relações pessoais e nos temas dos seus livros. Parabéns, Dilan Camargo, por tua contribuição sempre diferenciada às nossas letras e à nossa cultura, tão rica, tão despercebida e tão nossa.
Quero registrar que nesta sexta-feira à noite, dia 13 de setembro, fui ao piquete Portal do Rio Grande, que reúne os itaquienses e outros afins, no acampamento farroupilha, em Porto Alegre, para assistir à apresentação de Talo Pereyra, grande músico e primordial menestrel da nossa cultura gaúcha e folclórica. Pude ouvir clássicos como “Brasilhana” (Robson Barenho/Talo Pereyra) e “O vento e o payador” (Jayme Caetano Brau/Talo Pereyra).
O Talo é um cantante e compositor argentino que sempre uniu o Rio Grande do Sul à sua terra de origem, fazendo um intercâmbio cultural e artístico que nos ajudou a aprimorar a nossa arte e a reafirmar uma unidade latino-americana que vem de longe, de Violeta Parra a Victor Jara, de Atahaulpa Yupanqui a Alfredo Zitarrosa. É meu irmão de ideologia, de vertente trotskista que nos fez ser como somos. Lembro-me do Talo quando ele ia a Passo Fundo nos apoiar com seus shows em atividades culturais e políticas que realizávamos ainda no período da ditadura militar. Ele era e é um dos nossos, desses que não negam fogo, dos que assumem seus riscos, dos que não trocam uma ideia por um acomodamento. É de boa cepa, do rol dos inconformados, daqueles que não deixam os verdugos dos tempos obscuros jogar de mão.
Grácias, meu fraterno parceiro Talo Pereyra! Minha alegria pelo convívio, obrigado pela arte ética, pelo desfraldamento do canto libertário, pela voz sempre altiva em favor das verdades que se soerguem em tuas melodias e canções. Não somos os únicos, não somos os melhores. Somos apenas aqueles que cumprem os primados da consciência, comandos repassados ao coração. Grande abraço. Saludos sempre.
Leia nesta edição - Número 20 - setembro de 2013
- Espionagem revela o Brasil como uma República de araque
- Lixo nas ruas: demagogia da arrecadação
- Caderno de Notas ("Detran-RS", "Piso", "Criança Esperança", "Máscaras")
- Segurança nos estádios / Governo quer arrecadar com policiamento
- Guerra dos Farrapos / A Porto Alegre que desprezou os farroupilhas
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Prestem atenção: o governo de Dilma "Ruimsseff” destina R$ 900 bilhões para juros e amortizações da dívida pública em 2013, a serem gastos EM UM ANO, e depois vem apresentar como uma grande conquista investir R$ 112 bilhões para saúde e educação EM DEZ ANOS. Por favor, “me incluam fora” deste otimismo.
“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;” (inciso LXI do Art. 5° da Constituição federal)
O artigo 5º é bem claro. Pois está sendo rasgado, até com o beneplácito de setores do Ministério Público. Ninguém pode ser preso arbitrariamente, a não ser que esteja cometendo um delito. Desde quando usar máscara é um delito? Por acaso está tipificado no Código Penal? Não, não está. Nem poderia, porque a Constituição não permite. Em verdade, nem um juiz pode fundamentar contra a Constituição, como vários magistrados estão tentando fazer. Os governos federal e estaduais (do PT, do PMDB, do PSB e do PSDB, entre outros), parte do MP e parcela de juízes estão tentando criminalizar os movimentos sociais. A eles, minha solidariedade, com teor gaudério em tempos de comemoração da Guerra dos Farrapos contra o Império brasileiro.