A escolha de Sérgio Moro para o governo desqualificado de Jair Bolsonaro vai ensejar uma contradição que terá de ser resolvida em breve. A mediania e o amadorismo não convivem bem com o cumprimento do interesse público. Há um ditado que diz que nunca se deve contratar quem não se pode despedir. Formalmente, Bolsonaro pode demitir Moro a qualquer momento. Mas, no momento em que tiver de fazer isso, as ilusões com seu governo acabam. Quanto a Moro, sua biografia vai cobrar essa decisão. Por sua vez, os petistas vão continuar na cantilena do golpe e questionando o julgamento. Essa escolha tem tudo para virar uma vitória de Pirro.
Sobre esse tema, é muito oportuno o posicionamento do jurista Modesto Carvalhosa, que reproduzo abaixo.
Em dia do início de mais uma Feira do Livro de Porto Alegre, a 64ª edição, vale a pena ver esse vídeo. Qualquer semelhança com qualquer TI de qualquer lugar onde haja uma dúvida qualquer não é mera semelhança. E este não é um vídeo qualquer. Para assistir a ele, clique abaixo.
Nunca é fácil enfrentar as ditaduras militares e os golpes contra uma democracia, que, por sí só, já é excludente. O legado deste período costuma ser igualmente difícil de ser enfrentado, mas nunca é tarde para prevenir e fazer justiça.
Aqui, temos mais um caso em que se busca, em tempos sombrios, em que a memória de muitos se abranda com o desconhecimento e com a indiferença, reavivar a verdade dos fatos e fazer o alerta necessário: DITADURA, NUNCA MAIS. Para ler a matéria, clique abaixo:
Neste processo eleitoral, os ânimos estiveram acirrados. De um lado, um passado corrupto pela frente; de outro, uma aposta num futuro incerto e de muitas bravatas. Nesse entremeio, as pessoas foram fazendo suas escolhas, muito mais com a emoção que com a razão, muito mais pelo que estava latente do que pelo que foi feito às claras.
Mas o povo é como aquele aluno do primário, que aprende com silogismos, mas aprende. Varreu o PT e seus aliados de um poder que ocupou como protagonista nos últimos mandatos presidenciais. Cansou da corrupção, dos apadrinhamentos, dos gastos imorais (como os cartões corporativos), da leniência com o crime, da dilapidação do patrimônio público, das promessas não cumpridas (prometeram milhares de creches e não entregaram 500), da arrogância e do amadorismo associados ao sentimento de impunidade. Em vez de servir, se serviram, enriqueceram, tripudiaram sobre uma população desiludida e carente.
Evidentemente, a força sem a experiência, a boa-fé sem a análise crítica podem lançar águas nos moinhos dos oportunistas. Jair Bolsonaro é um poltrão despreparado, mas é fruto da irresponsabilidade histórica do PT, de sua traição aos princípios da probidade, de sua transformação em organização criminosa. Bolsonaro é um corrupto até onde lhe foi permitido, recebendo auxílio-moradia com imóvel em Brasília, empregando uma funcionária fantasma, usando verba de gabinete para “comer gente”. Agora, poderá sair das maracutaias no varejo, que cabem no “bolso” de um gabinete, para as malversações no atacado, em esfera nacional, com o entreguismo já anunciado pelo seu futuro ministro da Fazenda. Será o síndico de uma Pátria em que os pobres pagam os boletos dos ricos, como sempre foi e como não é difícil prever que será ainda por um bom tempo.
Ao PT, fico pesaroso por ver, junto com seus puxadinhos, como o Psol e o PC do B, destruir de vez as bandeiras históricas dos movimentos sociais e da esquerda, dando um fôlego para uma direita que não apenas tem as mãos sujas de sangue, como o de Vladimir Herzog, mas uma incompetência crônica para administrar, como no regime militar, quando devolveu o país quebrado depois de usar o cheque especial do “milagre econômico”.
Quem votou 13, querendo ou não, foi cúmplice. Quem votou 17, votou iludido em mais do mesmo de décadas atrás. Eu votei nulo. O meu voto é um não para aqueles que constroem bretes em vez de pontes.
E o povo? O povo erra, mas erra aprendendo. Um novo aprendizado está apenas começando.
O jornal Integração da Serra deu destaque para o lançamento da obra da poetisa Claudete Morsch Pereira Soares em Bento Gonçalves. Sempre é tempo para celebrar a poesia. Para ler, clique abaixo: