"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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O 13 DE MAIO DEVE SER COMEMORADO?

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                                                 Negros trabalhando em condições sub-humanas no Brasil Colonial
 

   Boa parcela do movimento negro, numa revisão histórica, adotou o dia 20 de novembro, data da morte do líder negro Zumbi, como a verdadeira data a ser comemorada como representativa da luta dessa etnia pelo fim da escravidão no Brasil. Realmente, Zumbi é um dos poucos heróis brasileiros ligados ao povo, assim como João Cândido, Frei Caneca e Castro Alves. Homenagem merecidíssima, justa, irretocável.

    Contudo, a saga de um povo pela sua libertação se faz com muitos momentos, com muitos processos. Foi assim com Cuba, quando Jose Martí liderou uma revolta derrotada, na qual perdeu sua própria vida. José Artigas é outro exemplo. Suas vitórias e derrotas foram o êmulo dos que o sucederam para construir a Pátria oriental.

   O 13 de maio representa uma vitória por encerrar definitivamente uma relação de posse, de direitos reais, de propriedade de um ser humano sobre outro. O fim desse vínculo jurídico representa uma incapacidade da classe dominante de antanho de manter seu domínio. E isso só foi possível porque o povo negro e seus aliados forçaram o aparato jurídico a capitular, numa demonstração de força. A partir dessa data, ainda que com discriminação racial, nenhum negro precisaria obedecer à ordem de um branco. Isso é um marco histórico que deve ser considerado. Quantas imprecações não fizeram os senhores de escravos nesse dia, lamentando a perda de mando e o fim de uma era que lhes era favorável pela dominação exercida? Em suas peculiaridades, tanto o 13 de maio quanto o 20 de novembro são parte da luta contra a opressão e a injustiça.

Fonte: Jornal Megalupa, nº 5.

Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 03/05/2012
Alterado em 20/11/2018
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