MEMÓRIA AFETIVA E RESIDUAL DO GRANDE GAÚCHO ITAQUIENSE "FONSO" ESCOBAR
De tarde, se achega o “Fonso”
Silhueta ao sol de janeiro
Vem matear com o Negro Oviedo
Lá na Manduca Loureiro
Chapéu, lenço, bem pilchado
Como convém a um torena
Apeia teso, bulindo
Um dó-ré-mi nas chilenas
Se houvesse uma lei das pilchas
Já naquele tempo ido
Por certo a estampa do “Fonso”
Era o modelo escolhido
Tal fachadão de gaúcho
Ninguém mais viu nem eu vi
Lembra um general farrapo
Inspecionando o Itaqui
Morreu mal esse gaúcho
Num entrevero de carpeta
Peleando de guarda-chuva
Contra o “berro” de um sotreta
Pealaram o finado “Fonso”
Numa luta desigual
Mas um homem é sempre um homem
Mesmo na hora fatal
Quando morre um campeiro
Cai a pampa em luto nobre
Só a memória resiste
Até que o tempo a encobre.
Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 13/05/2012
Alterado em 13/05/2012