"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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    MANOELITO DE ORNELLAS E UM ATO DE SAUDADE

    Neste sábado, às 15h, estaremos realizando em Porto Alegre, no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, dirigido pelo professor e chargista Augusto Bier, um ato de saudade em homenagem à vida e à obra do escritor itaquiense Manoelito de Ornellas (1903-1969), autor de clássicos como “Terra Xucra” e “Gaúchos e Beduínos”.
    Na mesa do evento, denominado “Manoelito de Ornellas — 110 anos — Legado e Vida”, estarão a professora Maria Alice Braga, doutora em teoria literária e especialista na obra do autor; Dilan Camargo, escritor e primo do homenageado; Walter Galvani, escritor e jornalista; Marcus de los Santos, amigo e discípulo de Manoelito. Paralelamente à atividade, haverá exposição de cartuns e charges, “Tradição, Folclore e Humor”, com curadoria da Grafar. A iniciativa é uma parceria do Musecom com o IGTF, representado por Cláudio Knierim.
    Muitos que estiverem lendo esta crônica poderão se perguntar quem foi Manoelito de Ornellas. Não é uma resposta fácil, pois ele foi um misto de escritor, poeta, professor, jornalista, historiador, administrador e devo ter esquecido alguma outra faceta digna de registro. No Correio do Povo, foi o responsável pela coluna “Prosa das terças”, na qual brindava o público com formidáveis crônicas e notícias culturais da província. Também não se pode esquecer que foi ele o que primeiro percebeu o talento de um jovem escritor, providenciando a publicação de um conto seu em 1928, na Revista do Globo, dirigida por Mansueto Bernardi. Quem era esse jovem? Erico Verissimo, o nome da literatura gaúcha.
    Neste país, a memória é curta, principalmente para lembrar os que descortinaram para nós horizontes que nos aprimoraram intelecto e sensibilidade. Manoelito sempre resgatou as coisas do RS e manter a chama da sua mensagem atávica é um imperativo, o adimplemento de uma dívida afetiva. À sua filha Lília, que não sei se poderá estar conosco desta vez, digo que estamos a postos para relembrar um homem que foi fiel à sua terra e à sua gente.

CORREIO DO POVO, 24.6.2013, PORTO ALEGRE-RS, PÁGINA 2

Manoelito de Ornellas em seu ofício.

Manoelito de Ornellas em seu ofício

Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 24/06/2013
Alterado em 24/06/2013
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