É dura a vida no campo
Nos relata o Sávio Moura
Lá o índio não se agoura
Enfrenta até tempestade
Há um clã de fraternidade
E de valores reais
Flagrantes para os anais
Unindo pampa e cidade
O chefe é o Chiru Velho
Vaqueano de mil andanças
Vem de Blau Nunes a herança
Ou de Sepé no entreveiro
Conhece seu pago inteiro
E ora assoma com porte
Das tuas mãos, vida e recorte
Mestre Vinícius Ribeiro
Ponderado, aponta nortes
E conduz com maestria
O Chiru Velho vigia
Que tudo saia a preceito
É um homem de respeito
Não gosta de patacoadas
Desde o Virso à bicharada
Todos têm que andar direito
Cultiva nosso passado
Com um mimo singular
Até já está a contar
Os embates das coxilhas
Conhece a nossa trilha
Engalanada na história
Na luta que fez a glória
Do decênio farroupilha
E nas lides e ofícios
É taura juramentado
Domas, criação de gado
Não lhe há assunto distante
É enciclopédia ambulante
Do ambiente pastoril
Faz avançar o Brasil
Levando o Rio Grande adiante
Sê bem-vindo, Chiru Velho
Baluarte da tua estância
Tapejara das distâncias
Pelos caminhos mui anchos
Tu nunca serás carancho
E tua estatueta bravia
Em gaudéria romaria
Vai matear em muitos ranchos.