POSTÂNSIAS
De tudo e um pouco me sinto feito
Me dou amor e peço desamor
Me dou desamor e peço amor
Estou onde nunca fico
Onde clamo para ser encontrado
E de onde saio de soslaio
O todo é um tudo que vira nada
O que fenece renasce
O que ama em silêncio
Grita para si mesmo
O embrião não cabe em si
Talvez em outrem
Todo afeto é meio aleijão
Vim das cavernas da simplicidade
Mas vocês me adulteraram
Não tenho tacapes, trago poemas
E um jeito atabalhoado de pensar
Meio frágil, meio imprevidente, quase altivo.