"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
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O LIRISMO QUE CHAMA A OUVIR O AMOR

     O livro “Silêncio! O amor está florindo”, da poetisa Claudete Morsch Pereira Soares, é um veio de água pura que impregna os poros de quem está sedento de vida e de amor. Seus temas envolvem os afetos de toda ordem, desde o sentimento mútuo pelo amado até o encantamento sublime com a natureza. Suas metáforas são acessíveis e belas, como “o vento que espia pela janela” ou as estrelas que “conversam com a noite e a cada palavra se acendem radiantes”. Podem ainda constituir axiomas definitivos: “Para amar, é preciso, primeiro, se achar”. Quem nunca ouviu que aquele que não se ama não pode amar outrem ou ser merecedor de ser amado?

     Os poemas da autora são flagrantes de uma vida que reverbera na natureza, nas pequenas coisas, nas idas e vindas dos pássaros e das ondas do rio e dos mares, no desejo da interação amorosa, nos cheiros e nas sensações da liberdade possível, no tempo que se esvai para se transmutar em memória, na busca de um sentido perante a melancolia e a saudade, entre outros temas que ela nos oferece em troca de um silêncio cheio de significados. Parece-nos que assiste razão à escritora Valéria Surreaux, que, no prefácio da obra, assim se manifesta: “Ela compõe a casta dos que escutam a respiração das coisas e traz no olhar o vaga-lume que faz cintilar todo verbo”. Valéria foi irrepreensível na sua constatação.

     Por sua vez, a professora e escritora Marisa Piedras igualmente assevera a originalidade da poemática de Claudete: “O livro de Claudete Morsch possui um lirismo ondulante que vai nos arremessando a várias impressões sensoriais usando vários elementos da natureza”. Sim, a natureza é pura poesia, mas ela precisa de mediações poéticas que só quem é dotado de alto talento poético pode fazer. E isso ela faz com maestria.

     Esta realização poética da escritora Claudete Morsch Pereira Soares não é datada nem pertence a um determinado lugar no espaço, mas é atemporal e universal. Merece ser lida e relida por todos aqueles que têm um coração movido a paixões e veem o mundo com olhos livres. É por isso que sua poesia está a ganhar novos foros, porque amar é um verbo universal.

 

Jornal Nova Folha, Guaíba-RS, 16.12.2022.

 

Para visualizar o PDF da versão impressa, clique abaixo:

https://rl.art.br/arquivos/7673327.pdf?1671459561

 

Landro Oviedo
Enviado por Landro Oviedo em 19/12/2022
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