O presidente eleito Jair Bolsonaro diz que quer receber antes as questões do Enem. Acho que é uma intromissão indevida. Mas, já que exige, como medida inibitória a essa prática intervencionista, tenho uma sugestão: INEP, MANDA A PROVA SEM GABARITO. Ele nunca mais vai pedir de novo.
O evento da Heineken F1, que vai transformar pistas da capital gaúcha em pista de Fórmula 1, é um daqueles casos típicos em que se esqueceram de combinar com os russos. A prefeitura de Porto Alegre, de forma leniente, permitiu que uma organização privada tivesse o condão de transformar num caos o cotidiano dos porto-alegrenses. A mobilidade urbana, um direito do cidadão, garantido legalmente por normas como a lei 12.587/2012, foi atropelada e virou letra morta. Ao todo, são cerca de dez dias de transtornos para um de atividade. É desproporcional e desprovido de razoabilidade.
Qualquer deslocamento no horário de pico, que já é uma tragédia numa cidade com uma das maiores frotas do país, com média de um carro para dois habitantes, virou tarefa de remissão de pecados. As pessoas têm um custo extra, perdem compromissos e têm seu descanso e lazer perturbados de forma invasiva. Tudo em nome de uma administração municipal que quer impedir manifestações dos movimentos sociais na Esquina Democrática e libera tudo para um segmento multinacional. O prefeito Nelson Marchezan Júnior privatiza a cidade de forma reprovável. Dois pesos, trocentas medidas.
Nesta quinta-feira, teve início mais uma edição da Feira do Livro de São Luiz Gonzaga. Um dos destaques é a exposição dos quadros de personagens do ilustrador Sávio Moura, que dá vida a diversos personagens característicos da vida gaúcha no campo. Sua série “É dura a vida no campo” é sucesso garantido, divertindo, ensinando e disseminando a cultura sul-rio-grandense na sua vertente rural.
Para mim, o trabalho do Sávio, ora exposto nesse importante evento, tem um sabor especial porque me coube o convite para realizar as pajadas dos personagens, procurando captar a essência e a personalidade de cada um. Fico honrado por, mesmo à distância, poder participar, ainda que de forma indireta, dessa iniciativa cultural de tanta relevância. Obrigado ao Sávio Moura, aos organizadores, aos participantes, aos escritores, professores e poetas, ao público presente e à comunidade dessa terra emblemática de São Luiz Gonzaga. Sigamos na defesa desse legado que nos representa tão bem.
Para quem quiser ler os textos das personagens da série, é só clicar abaixo:
Nesta quinta-feira, dia 8 de novembro, tive a oportunidade de absorver os grandes conhecimentos culturais, gramaticais e literários do meu colega professor Paulo Flávio Ledur, pelo qual tenho uma admiração genuína que não é de hoje. O Ledor é operoso e criativo e tem uma trajetória vitoriosa de editor no Rio Grande do Sul, com um trabalho que enfrenta as conhecidas adversidades de trabalhar com cultura num país de milhões de desinteressados pela leitura.
A palestra foi muito dinâmica e abordou vários pontos, todos palpitantes mesmo, envolvendo literatura gaúcha, tradução, revisão, relação entre gramática e literatura e pontuação. Sobre o ponto e vírgula, a propósito, me lembrei de uma preocupação que tenho com esse sinal a ponto de, como revisor e editorialista de jornal, afirmar que ou o jornalismo acaba com o ponto e vírgula ou o ponto e vírgula acaba com o jornalismo.
A Feira do Livro de Porto Alegre está de parabéns por propiciar aos seus frequentadores um evento tão relevante com um profissional de tal qualidade. Tenho certeza de que se o professor Ledur estivesse no centro do país, teria hoje renome nacional. No entanto, reservou-nos o privilégio de poder encontrá-lo pelas ruas e eventos da capital gaúcha. Muito obrigado, mestre!
P.S.: Não fui pelo certificado de participação, mas recebi a honraria.
Esta não é apenas uma imagem que vale por mil palavras. Tem uma declaração de Jair Bolsonaro apoiando o governo de Michel Temer. No final, eles se acertam e os iludidos brigam entre si. Meu voto nulo está a cada dia mais valorizado.