"Como dois e dois são quatro/Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena" (Ferreira Gullar)
Landro Oviedo
"Somente buscando palavras é que se encontram pensamentos" (Joseph Joubert)
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Meu Diário
12/12/2013 18h15
A GRIPE

A gripe é um mal "menor"
Que desanca o vivente
Maneia o corpo e a alma
Baixa o ferrolho nas gentes
É feito um tributo anual
Que assalta as burras dos doentes.

Publicado por Landro Oviedo
em 12/12/2013 às 18h15
 
12/12/2013 13h08
HOMENAGEM A MANOELITO DE ORNELLAS NO MEMORIAL DO JUDICIÁRIO

    Estudiosos e admiradores do trabalho de Manoelito de Ornellas se reuniram na terça-feira (3/12) em um painel promovido pelo Memorial do Judiciário do RS. O evento celebrou os 110 anos do escritor.

   Um dos destaques foi a exposição de mais de 20 obras e arquivos históricos de Manoelito, entre eles edições raras dos livros “Tradições e Símbolos” e “Gaúchos e Beduínos”. Também foi exposto no evento um manuscrito original do escritor.
   A abertura do seminário foi feita pelo Desembargador José Carlos Teixeira Giorgis, Coordenador do Memorial do Judiciário, e pelo Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Miguel Frederico do Espírito Santo.
    Em seguida, o professor Fausto José Leitão Domingues iniciou o painel, fazendo um panorama da obra do autor. Fugindo dos formalismos estéticos, mergulhou nesses caminhos sem prevenções, preconceitos ou demasias. Trazia consigo apenas o cunho de sua autenticidade, interior, em que abundavam o humanismo e a generosidade, ressaltou. A doutora em literatura Maria Alice da Silva Braga continuou o panorama, comentando o livro “Terra Xucra”. A professora é autora da dissertação de mestrado “Manoelito de Ornellas: um esboço do escritor” e da tese de doutorado “Mormaço, de Manoelito de Ornellas: análise das rasuras”. O professor de português Landro Oviedo foi o mediador do evento.
                                     Manoelito de Ornellas
    Manoelito foi redator-chefe do jornal A Federação, diretor da Biblioteca Pública do Estado e Presidente da Associação Rio-grandense de Imprensa – ARI. Também foi professor de Literatura Hispano-Americana e Cultura Ibérica na URGS, entre outras atividades que exerceu. Escreveu diversas obras de cunho sociológico, entre elas “Gaúchos e Beduínos”, considerada um dos principais livros de sociologia no Brasil. Foi patrono da 17ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Fonte do texto: Assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça-RS.

Hilda Flores, José Carlos Teixeira Giórgis e Miguel Frederico do Espírito Santo

Maria Alice Braga, Landro Oviedo e Fausto José Leitão Domingues

Landro Oviedo, Lília Pinto de Ornellas (filha) e Dilema Oviedo

Foto de Manoelito de Ornellas em sua mesa de trabalho (1964). Fonte: Zero Hora

Publicado por Landro Oviedo
em 12/12/2013 às 13h08
 
10/12/2013 01h48
UM INCIDENTE COM A POLÍCIA MILITAR

OAB x POLÍCIA MILITAR x TORTURA.  Por vezes, tomamos atitudes inesperadas até para nós mesmos. Por volta da meia-noite desta terça-feira, estava indo para meu escritório para terminar uma petição (quem corre por gosto não cansa nem escolhe horário) quando resolvi fazer um lanche num pé-sujo que tem ali perto, no Centro, em Porto Alegre. Quando passo por uma unidade da Polícia Militar, vejo um detido sendo espancado, indefeso e subjugado. Um PM lhe deu uma cadeirada e em seguida ele caiu e foi acossado por chutes e socos por uns outros cinco ou seis. Aquilo me causou revolta, embora considerando que aquela pessoa possa ter feito algo nada edificante para estar ali. 
    Ato contínuo, parei em frente ao prédio e fiquei com a mão estendida segurando minha carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), num gesto quixotesco. Os PMs interromperam o espancamento e vieram me interpelar, sendo o sargento comandante da unidade o mais exaltado, que ameaçou me prender por desacato. Já alguns PMs argumentaram comigo, outros só olharam e um tentou apaniguar os ânimos, coisa com o que concordei, não sem antes dizer ao sargento que não aceitava aquele "vai", tipo "vaza", dele. Ele ainda me perguntou se eu achava que a carteira da OAB valia alguma coisa. Disse que sim, que pra mim valia muito. Pode até não valer tudo o que penso, mas eu fiz um juramento quando a recebi, nestes termos:
    Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas” 

   Com o PM mais calmo, que estava mais solícito, acertamos que ficaria tudo bem. Em seguida, vi o "anjinho" ser solto. Não sei se ele não era algum "chinelo" desses que podem colocar em risco nossos conceitos de classe média com algum roubo, furto ou latrocínio. Contudo, até os chinelos devem ser calçados no passo certo. 

    Saí dali, fui comer o meu lanche. Fui cumprimentado por alguns jovens, que acharam o máximo o que fiz, pois já tinham visto o rapaz levar uns sopapos e ser arrastado. Disse-lhes que não era nada demais, apenas um imperativo de consciência. Acabei mudando o foco, que estava na petição da velhinha acossada por multas injustas do condomínio. Vou retomá-lo. Não sem antes escrever este texto. Não tenho nada contra a Polícia Militar gaúcha (nada palpável), mas acho que ela não deve ter nada a meu favor. Não seria do meu agrado. 
    Enfim, estamos sujeitos a essas coisas. Lutamos contra uma ditadura militar, mas ela parece ter deixado um vírus resistente inoculado no império dessa democracia de fachada. Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três ou mais. Cacetadas. E os pobres cada vez mais na crônica policial e os ricos nas colunas sociais. É o que temos para mais este momento do Brasil. 

P.S.: Cheguei a temer que tivesse de pedir uma segunda via da minha carteira da OAB.

Publicado por Landro Oviedo
em 10/12/2013 às 01h48
 
06/12/2013 04h19
ITAQUI, 155 ANOS DE EMANCIPAÇÃO

    Na data em que Itaqui completa 155 anos de autonomia municipal, 6 de dezembro de 2013, queremos homenagear a cidade, seus moradores de ontem e de hoje, o complexo das relações afetivas que essa terra representa para todos nós. Para saudar essa data tão significativa, reproduzimos um poema do grande poeta Dilan Camargo, itaquiense, intitulado "Itaqui", que ele escreveu, a nosso pedido, para inclusão na Lista Telefônica do Jornal Nossa Época em 2011. Boa leitura a todos.

ITAQUI
Dilan Camargo

Uma vez eu disse
Itaqui
é uma pedra

pedra fundamental
pedra filosofal
dela, eu vim, eu disse
nela me pensei, me penso
me adenso 
sobre ela ergui meu nome
meu mundo.
Materna pedra
onde enterraram meu umbigo
onde bebi meu primeiro leite.
Itaqui
uma alma granítica
soprada em mim
pelos ventos meridionais
desde a redução de La Cruz 
para que resistisse.
Pedra d’água
seixo, peixe
pedra rolada no fundo do Ibicuí
rolada, levada
moldada nas correntezas
sem margens para descanso.
Agora, eu sei, eu digo
não sou pedra dura
sou pedra macia
pedra de lucidez e ternura
ser essa pedra aprendi
pedra boa para afiar
pedra de rolar, pedra de amolar
as lâminas da alma
a ponta do meu lápis.
Com ela eu vim
até aqui.

 

 

Publicado por Landro Oviedo
em 06/12/2013 às 04h19
 
04/12/2013 19h45
MANOELITO DE ORNELLAS: 110 ANOS DE NASCIMENTO

04 de dezembro de 2013

 

Manoelito era um intelectual em busca das origens do Rio Grande do Sul. Foto: Banco de dados, 21/21/1964

O ano que termina marca os 110 anos de nascimento de um intelectual que muito contribuiu para que conhecêssemos nossas raízes. Com isso, ele nos ajudou a compreender e reconhecer aquilo que deu origem a nossa identidade, como gaúchos, da qual tanto nos orgulhamos. Seu nome: Manoelito de Ornellas. Nascido em Itaqui, na Fronteira, em 1903, ele era fruto da relação portuguesa (seu pai era descendente de portugueses) e espanhola (sua mãe nasceu no Uruguai). Além de fazer poesia, Manoelito mergulhou fundo na história da Península Ibérica, onde buscou, com êxito, muitas razões para o nosso comportamento e as influências na formação do nosso Estado.

Seu livro Gaúchos e Beduínos (1948) talvez seja sua obra mais conhecida, mas foi premiado e fez sucesso com muitas outras. Chegou à Capital em 1935, depois de ter morado também em Tupanciretã e Santa Maria. Aqui, foi diretor da Biblioteca Pública e substituiu Erico Verissimo na presidência da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI). Em 1948, assumiu, no RS, o Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Federal. Foi também professor da Faculdade de Filosofia em Porto Alegre e ensinou História da Arte em Florianópolis. Em 1963, foi escolhido Personalidade do Ano na área de Cultura e Letras. Morreu em 1969, ano em que lançou o livro Terra Xucra com suas memórias. Um homem sofisticado que conhecia profundamente o Rio Grande do Sul.

Fonte: Jornal Zero Hora, 4.12.2013, p. 54, Porto Alegre-RS, "Almanaque Gaúcho", Ricardo Chaves.

Publicado por Landro Oviedo
em 04/12/2013 às 19h45
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